segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Celeiro - Lembranças de Vonda


Os portões do celeiro eram abertos e por eles entravam as bestas. Homens que como eu, haviam deixado de ser quem eram. Eramos bichos. Animais cuja vida não valia a bosta de um bosk com Darkosis. Um dos homens de Boris, o fazendeiro de Vonda puxava minhas correntes como se levasse a própria puta que o pariu para ser fodida nas gaiolas. Havia a gritaria, os homens que apostavam seu dinheiro naquelas lutas. Passavamos pelos corredores entre a multidão que gritava animada ao ver mais sangue espirrar. Na roda, dois homens sangrando lutavam. Os gritos de fúria deles poderia ser escutado por toda vonda. Lenus estava ao meu lado. Um negro de Anango. Já havia ganho algumas lutas no cerco. As ahns iam passando enquanto corpos iam se mutilando até a morte. Lenus foi chamado quando um dos lutadores partiu a coluna do adversário, depois, com a foice arrancou-lhe a cabeça. Nos davam instrumentos da fazenda para a luta. Foice, enxadas, pás. Alguns tinham apenas as mãos de trabalho. Algumas vezes os gritos da platéia nos alimenta. Algumas vezes nos enlouquece. Lenus caiu. Naquela noite, o Onix de Anango caiu diante de um adversário da fazenda de Cardonicus. Era possível ouvir os risos e gozações do Fazendeiro para o meu mestre. Boris perdia um grande lutador e a minha hora era chegada. Sob as correntes fui levado para o centro da roda. Uma enchada foi me dada como arma, meu adversário ganhou machados de lenhador. Aquela noite, lutei contra Priatus. Um ladrão das ruas de Treve, isso eu apenas soube depois. 
A luta tinha inicio e o maldito ladrão de treve partiu para cima de mim como se visse a própria besta kurii a sua frente. Desviei como podia, mas não impediu que o machado abrisse o corte em meu braço. A dor, o sangue correndo para o chão. O grito de escárnio daquele maldito. Eu não lembro quando deu inicio. Quando meus olhos pararam de ver o cépia daquele celeiro para enxergar o sangue do ódio. Da fúria. E foi com ela, com a frenzy do pai de todos os deuses que parti para cima daquele maldito. A  enxada chocava-se contra o machado obrigando-o a recuar. E agora eram meus gritos que dançavam junto ao tilintar das correntes que me prendiam. Os homens iam ao delírio. Dividiam-se entre gritar pelas apostas e foder as Kajiras em seu colo. Putas que gritavam pelo prazer e pela excitação de ver homens sangrando diante delas. Eu já não estava em mim, nem quando o machado acertava minha coxa, ou quando arrancava sangue de meu tronco. Quando a mão do maldito me acertava a cara me fazendo engolir aquela terra. Não estava em mim nem quando a minha enxada acertava a cara do maldito ladrão de treve. Pude ouvir cada osso que se partiu na mandíbula daquele desgraçado naquele momento. O sangue que manchava a enxada e o chão de terra que cheirava a sangue e mijo. Era o começo. Eu partia para cima do homem que do chão tentava defender-se dos golpes. Ele tentou me deter com a perna.. decisão errada. O receber do chute no peito foi suportado pelas minhas mãos que seguravam a perna. E vencida pelos meus olhos quando viram o rosto dele diante do golpe. Com um soco, eu parti a perna dele em dois. O ruído dos ossos se rompendo. Do ligamento sendo rasgado em seu joelho.. o sangue que jorrava quando o osso rasgava a pele na fratura exposta. O grito de dor alimentava a minha fome de morte e era com ela que eu partia para cima. Abri mão da enxada, a tentativa dele me acertar com o machado fora controlada quando o fiz perder a arma. Então. Fiz o que deveria ser feito. Com o grito do frenzy.. com a força de Odin em meus punhos eu bati. Soquei a cara do maldito ladrão ate que apenas uma massa disforme restasse entre meu punho e o chão. A cada grito.. a cada golpe.. a cada pedaço de seus miolos que voavam pelo chão, que brindavam meu rosto, eu ouvia o povo a gritar em satisfação. O corpo parava de se debater, e eu continuava a soca-lo. Ate que o ruído das correntes eram ouvidas.. Os bosks puxavam meus mebros me lembrando onde estava e quem eu era. O juiz do cerco anunciava o vencedor. Para alegria de meu mestre e de seu bolso que lucrava com as apostas, eu era levado.
Não acreditava que seria muito diferente em AR. Em Vonda eu aprendi que a minha vida, dependia de arrancar a vida de outro. O navio chacoalhava novamente. O porão imundo , se enchia de água assustando até mesmo os urts que corriam pelas cordas. Ouvi o grito do imediato da embarcação avisando a Gloriosa AR estava sob as vistas dos tripulantes. Senti o tranco da embarcação ao aportar. E com os outros, segui acorrentado em gaiolas para a vila de Gaius de Ar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário